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26 julho 2017

Comitiva do GORN visita Apodi


Na noite de desta terça-feira, 25 de julho, o Grande Oriente do Rio Grande do Norte-GORN, visitou a Aug.'. e Resp.'. Loja Simb.'. "Vale do Apodi" n° 17, em Apodi.
Comitiva contou com a presença de Grandes Secretários, bem como o Soberano Grão Mestre, Antônio Gomes e o Grão Mestre Adjunto, Ozair Filho.
A reunião foi bastante concorrida e movimentada, com 52 presentes, incluindo comitiva de Mossoró, Pau dos Ferros e um representante da Frank Sharman-Caicó.
A noite ficará nos anais da história da Loja Maçônica "Vale do Apodi", pois já há algum tempo a Oficina não recebia uma comitiva com o Soberano Grão Mestre e o Sereníssimo Grão Mestre Adjunto do GORN.
Essa visita mostra a força e empenho nos trabalhos desenvolvidos na Oficina de Apodi, bem como o importante e notório trabalho das entidades paramaçônicas instaladas em Apodi: DeMolay's, Escudeiros, Filhas de Jó e Abelhinhas.
Antônio Gomes, Soberano Grão Mestre do GORN, destacou e parabenizou o pioneirismo da Loja à frente da luta pela não redução dos serviços ofertados no Hospital Regional Hélio Morais Marinho (Apodi-RN). 
Solícito à causa, garantiu que em breve o GORN enviaria uma nota pública de apoio a decisão da Augusta Loja de Apodi.
Ozair Filho, Sereníssimo Grão Mestre Adjunto do GORN, destacou a importância da Loja de Apodi dentro da Maçonaria Norte-rio-grandense, parabenizando o empenho e a dedicação dos Irmãos que trabalham para construir um Apodi melhor.
Durante da solenidade, o ex-Grande Mestre Estadual da ordem DeMolay, o irmão Flávio Carvalho, fez a entrega de duas comendas, uma para o Grão Mestre e a outra para o Grão Mestre Adjunto, por todo o importante trabalho prestado à Ordem DeMolay.
O Venerável Mestre Josivan Alves considerou que foi uma noite marcante a vivenciada no templo da Aug.'. e Resp.'. Loja Simb.'. "Vale do Apodi" n° 17.
Para ele, evento ressaltou a importância do trabalho desenvolvido e prestado por todos os IIr.'. Apodienses, desde o saudoso Altino Dias, até o mais novo iniciado.

Com informações do blogue Maçonaria Apodi 

04 julho 2017

O espelho de Dionísio

Ir:. Cláudio Américo

Após os sinuosos caminhos percorridos na noite escura da alma para completar suas viagens simbólicas, eis que o neófito é agraciado com Luz. E sob as benesses dessa Luz, a Verdadeira Luz, é convidado a realizar seu primeiro trabalho sob a alcunha de homem livre e de bons costumes, limpo e puro: trabalhar na pedra bruta. 
Apoiado no joelho direito, empunhando o maço numa mão e o cinzel na outra, sob os auspícios do vigilante competente, os golpes desferidos na Pedra Bruta simbolizam a porta de entrada de uma nova dimensão. Ao desferir tais golpes, o neófito deve adquirir a consciência de que já não mais se pertence e deve se deixar conduzir pelos mestres membros da nova família da qual se torna parte integrante a partir de então, e nunca mais estará sozinho.
A emoção de fazer parte de uma nova família é um sentimento de valor incomensurável, e deve ser desfrutada em toda a sua intensidade
Mas, eis que a pedra bruta ao mirar-se no espelho reflete uma pedra polida.
O espelho representa uma falsa duplicata da nossa realidade; literalmente, uma imagem no espelho é o oposto do que é refletido nele. As gravuras que temos da mitologia grega nos mostram que Dionísio, no momento de sua morte estava convencido da sua imortalidade, e na condição de Deus dos Mistérios, concedia essa segurança aos seus discípulos. Quando foi abatido pelos titãs, Dionísio olhava justamente num espelho, onde via seu ser ser despojado do corpo, a imagem de sua alma divina desencarnada. Nas iniciações do culto à Dionísio, um espelho é apresentado ao candidato quando ele chega ao Além, a fim de dar-lhe coragem. E o iniciado que segura um espelho deixa-se reconhecer nele, pois esse é o sinal de que ele faz parte dos iniciados.
Ao neófito que caminhou nas trevas e conheceu a Luz, o espelho reflete a parte imaterial e divina do ser humano.
Ao neófito, importante também é se ater ao que disse  José Saramago: "O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio."
Ao neófito, Confúcio também deixa uma mensagem: "O coração do sábio, tal como o espelho, deve a tudo refletir, sem todavia macular-se".
Ao neófito, no entrechocar do embate das suas ideias, é adequado considerar o que nos deixou Píndaro: "descubra o que você é e seja-o!!!
A árdua tarefa de desbastar a enorme pedra bruta com que o neófito se depara ao ingressar em nossos sublimes mistérios é das mais laboriosas e precisa ser contínua, sob pena de tornar-se inócua.
No templo de Apolo em Delfos, na Grécia antiga estava gravada a máxima: "Homem,conhece a ti mesmo." O homem não conhece a si mesmo apenas olhando no espelho. Augusto Cury escreveu:  Sábio é o ser humano que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência."
O desbaste da Pedra Bruta com sua imagem refletida no espelho de Dionísio, mostra exatamente que os primeiros golpes desferidos com o cinzel e o maço, ao contrário do que se podia supor, são executados no sentido de despertar os aspectos positivos que jazem adormecidos, que todos os temos, e não para extirpar as impurezas, estas serão, pois, anuladas pela sobreposição das virtudes. É o homem virtuoso vencendo o porfiado combate com o homem profano.
Imagens refletidas sempre exerceram extremo fascínio no ser humano. reflexo vem do latim refléxus, particípio passado de reflectère “recurvar, vergar, dobrar”. “Reflectere”, de “re”: novamente, e “flectere”: curvar-se. Curvar-se novamente. Curvar-se para dentro de si. No ato da reflexão não há apenas o pensar sobre; este pressupõe uma atitude: é um deter-se, procurar lembrar-se de, colocar-se em confronto com. Portanto, reflexão é um ato de (re)tomada de consciência, um voltar-se para si mesmo. Sem ele, a cultura e a interioridade psíquica tornar-se-iam inconcebíveis. De certo modo, reflexos e sombras definem nossos contornos e limites. Entretanto, reflexos nos dão uma aparência mais nítida: talvez esteja aí o motivo de nosso fascínio por eles. (Profª. Me. Adriana Monteiro Piromali Gua rizo)
Ao curvar-se para dentro de si, o neófito passará a conhecer a si próprio, e se lembrara das meditações na Câmara de reflexão, onde no silêncio e na penumbra, como um encarcerado numa masmorra e cercado de emblemas da mortalidade e de pensamentos a ela alusivos, teve de refletir sobre a brevidade  da vida, a partir daí iniciará sua tarefa para extinguir seus vícios e preconceitos, e o melhor caminho para isso é deixar aflorar suas virtudes, muitas das quais encontram-se apenas adormecidas nos cantos mais íntimos da sua alma.
"O dia precedente é o mestre do dia seguinte." (Píndaro)