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28 novembro 2010

LEITURA DE DOMINGO - Revelando Segredos da Maçonaria

A edição de novembro de 2010 da Revista Star, traz longa matéria sobre a Sublime Ordem com o título Revelando segredos da Maçonaria, que o Blog do GOIERN transcreve abaixo.
Quem quiser, pode acessar direto o site da revista clicando aqui.
Boa leitura:

Revelando segredos da maçonaria
Considerada uma das sociedades mais herméticas do mundo, a maçonaria reúne tradições e símbolos guardados em segredos por séculos e que são revelados apenas aos iniciados em seus mistérios

Por Ronildo Jesus - Fotos: Retrato 3 Estúdio  - Ilustração: Paulo Werner

Envolta em mistério, a maçonaria reúne tradições e símbolos que vêm sendo guardados em segredos há séculos e que são revelados apenas aos que se iniciam nela. Mas o que seria, enfim, a maçonaria? Por quê tantos segredos? Como acontecem as reuniões, quais são os critérios adotados para se tornar um maçom? A revista Star realizou entrevistas com exclusividade e pesquisou, inclusive com consultas a bibliografias raras, os segredos que envolvem a maçonaria.

A reportagem que se segue traz ao público algumas das verdades consideradas veladas sobre os símbolos, práticas e filosofia desta ordem milenar que tem representantes em praticamente todos os países do mundo.
 Depois de ampla pesquisa, a reportagem entrou, com exclusividade, no templo sagrado da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, na avenida Brasil, bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, a convite de dois veteranos mestres maçons: o grão-mestre Janir Adir Moreira – da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais – e o venerável mestre Sérgio Guimarães Quirino - da Loja Simbólica Presidente Roosevelt, também em Belo Horizonte.

 O mistério se acentua na entrada ao templo. Após caminhar três ou quatro passos com os olhos fechados (a pedido dos entrevistados) e as luzes apagadas, não é possível ao visitante dimensionar o tamanho do ambiente. Com os olhos abertos, uma tênue luz é acesa e, aos poucos, se intensifica. A percepção do ambiente fica nítida. E, ao contrário do que se pensa, a dimensão do templo é diminuta. A sensação é de poder diante do universo, já que o teto em forma de abóbada quase pode ser tocado. Estamos dentro de um espaço tido como sagrado pelos maçons, um dos acessos mais restritos da sociedade.
Transpor a grande porta de madeira (foto abaixo) que guarda os segredos do templo da ordem é limitado a poucos. “É um lugar sagrado para o maçom, por isso a entrada é restrita”, avisa o mestre.


MORTE TERIA DADO ORIGENS
A origem da maçonaria é muito antiga. Os estudos apontam para alguns séculos antes de Cristo, embora, oficialmente, como sociedade civil, ela tenha origem no Século XVIII.  A palavra maçonaria vem do francês maçonnerie (construção, tradução livre) e maçom provém do inglês mason (pedreiro, tradução livre). Maçonaria, então, poderia ser traduzida como associação de pedreiros. De acordo com pesquisas, os primeiros maçons seriam construtores e, no passado, teriam erguido importantes obras do mundo. Uma das mais famosas seria o templo de Jerusalém, construído por Salomão, narrado no Velho Testamento.
 Conta-se que durante a obra, Hiram Abiff, o engenheiro-chefe, teria sido assassinado por três de seus assistentes. O motivo do crime envolveria os segredos da engenharia e uma disputa por cargos e promoções. Hiram Abiff morreu sem revelar o segredo e tornou-se uma espécie de mártir para os maçons.

SEGREDO É INFORMAÇÃO VALIOSA
De acordo com o mestre da loja Presidente Roosevelt 025, Sérgio Quirino, o segredo é uma informação valiosa revelada aos que conquistam o status quo de receptores e transmissores desses conhecimentos. “Existem segredos industrial, militar, de justiça, do sacerdócio e até mesmo os de família. Como a maçonaria faz parte da sociedade, é natural que ela também restrinja algumas informações, revelando-as somente aos seus membros. Porém, temos uma característica única: nossos segredos são codificados em símbolos que podem ser acessados por aqueles que não foram iniciados na maçonaria, mas não serão integralmente compreendidos”, avisa.

“Na maçonaria, a informação é manifestada pelo abstrato, pela simbologia. Mais do que ver um ícone é preciso compreender a história dele e em qual contexto ele está inserido. Os verdadeiros segredos maçônicos não são grafados em linguagens tradicionais. As aplicações desses segredos estão expostas nas obras dos maçons espalhados pelos quatros cantos do mundo, sejam em movimentos libertários, no tratamento igualitário dos povos e na construção de uma sociedade fraterna”.

Questionados sobre quais assuntos são discutidos nas reuniões maçônicas, tanto o grão-mestre Janir Moreira quanto o mestre Sérgio Quirino não entraram em detalhes. “Tratamos dos mais variados assuntos. São discutidos temas filosóficos e aprofundamentos de estudos de ética, moral e filosofia de vida, entre outros. Há também estudos da própria essência da maçonaria e questões ligadas a interesses sociais e coletivos. Nada diferente do que se discute em qualquer lugar. Ainda hoje, os principais segredos da maçonaria são os ritos de iniciação do maçom à ordem e à progressão dos graus”, explicou o grão-mestre.

Prédio sem janelas guardaria segredos

A poucos metros da Santa Casa, na avenida Brasil, o Palácio Maçônico, sede da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, é distinguido pela falta de janelas no prédio. No topo do edifício, um emblema formado por um esquadro e um compasso aberto em volta da letra G identifica a ordem. A frase “Grande Loja Maçônica de Minas Gerais”, em letras prateadas, na entrada do prédio, até poderia desfazer o ar de mistério.

Santa Casa teria tido participação de maçons

Uma acácia plantada em um jardim, em frente à Santa Casa de Belo Horizonte, esconde, para muitos, um segredo: a maçonaria está presente naquele local. A revelação é do mestre da loja maçônica Presidente Roosevelt 025, Sérgio Quirino. “A Santa Casa foi construída com a participação de fundos da maçonaria. Este é um segredo. Não há registros, não há nada escrito, mas um maçom reconhece ali algo que registra a nossa participação”, diz, referindo-se à acácia, um dos símbolos da Maçonaria.

Mulheres não são aceitas

De acordo com o venerável mestre Sérgio Quirino, embora não tenham acesso às reuniões ritualísticas nas lojas, as mulheres são consideradas peças fundamentais na maçonaria. “Um dos segredos da maçonaria é que durante o processo de pesquisa a esposa do candidato é procurada e se ela não concordar que ele entre na maçonaria, nós não o aceitaremos, mesmo que ele seja uma pessoa honesta e possua valores morais e éticos muito bons. Não queremos ser causadores de conflitos entre casais. Vamos dizer a ele que não o aceitaremos e que ele se dedique à esposa, porque a família é muito mais importante do que nós. Muitas vezes, as  mulheres não têm noção da importância do aval dela para nós”, diz.

Ainda segundo mestre Sérgio Quirino, a maçonaria não aceita mulheres em suas reuniões por razões históricas e políticas: “Os maçons são originados das guildas, de trabalhos brutos, em uma época em que mulheres não trabalhavam. E isso permaneceu na tradição. Quando passamos a questionar, o que chamamos de operativo e as reuniões passaram a ter um caráter especulativo de pensamentos, nos séculos XVI e XVII, elas se davam em clima festivo, em reunião de homens e não convinha, na época, a presença de mulheres. Depois, quando os maçons se transformaram em grandes libertadores, eles sofreram pressões. Pela natureza do homem, já é muito difícil compartilhar uma pressão, uma dor com um irmão. Compartilhar este sofrimento com uma mulher seria, nesta época, muito mais difícil”, explica.

Porém, com o tempo, a mulher passou a ter mais espaço na maçonaria por meio das instituições paramaçônicas. “Temos fraternidade feminina, as ‘Filhas de Jó’, filhas e esposas de maçons, que se reúnem com o propósito de enlevo de moral”, conclui.

Maçonaria namora o poder

Um dos mitos que cercam a maçonaria é o de que seus membros se tornam ricos depois que nela se ingressam, o que é desmentido pelo grão-mestre. Segundo ele, o que ocorre é um crescimento individual natural. “Não existe a situação de uma pessoa entrar para a maçonaria e ficar rico. Isto faz parte de um mito. A maçonaria tem por finalidade básica investir no homem para que ele se aperfeiçoe e possa servir à coletividade”.

No entanto, o grão-mestre admite o flerte com o poder. “A maçonaria sempre esteve muito próxima do poder, embora não cuidemos de política partidária. Para a maçonaria, no entanto, é muito interessante que seus membros ocupem postos representativos na sociedade, sejam na área pública ou privada”.

O histórico de maçons no poder é grande. Nos EUA, o primeiro presidente norte-americano, George Washington seria dos quadros da maçonaria, assim como outros 14 ex-presidentes americanos. Entre eles, Theodore Roosevelt, Franklin Delano Roosevelt, Harry Truman, Gerald Ford e até Barack Obama.

No Brasil, a lista seria composta por ex-presidentes como Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, Prudente de Moraes, Campos Salles, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Wenceslau Brás, Delfim Moreira, Washington Luís, Nereu Ramos e Jânio Quadros. Personagens como Padre Feijó, Tiradentes e até Dom Pedro I teriam sido iniciados na maçonaria. Atualmente, estima-se que haja cerca de 5,5 milhões de maçons no mundo.

Nota de 1 dólar traria símbolos maçônicos

A imagem fala por si mesma. Se você pegar uma caneta e desenhar o símbolo de Salomão em uma nota de um dólar, as pontas da estrela formarão a palavra “mason”, (maçom, em inglês). A parte de cima da pirâmide formaria outro importante símbolo maçônico: “O Olho que Tudo Vê”, uma alusão ao Grande Arquiteto do Universo.

Estrutura interna tem vida própria

A maçonaria tem vida própria. A ordem é regida por uma legislação interna, com direito a cargos hierárquicos e eletivos. A maior liderança recebe o título de grão-mestre e é eleito por um período de três anos. “A Grande Loja Maçônica de Minas Gerais é uma sociedade civil, sem fins lucrativos e tem sob seu domínio as 331 lojas do estado”, diz Janir Adir Moreira, grão-mestre de Minas Gerais.

O organograma da maçonaria lembra o de um Estado: além do poder executivo, a ordem conta com câmaras julgadoras que elaboram e regem o regulamento da instituição.

Rigorosos em seus princípios, os maçons passam por vários processos de aprofundamento nos conhecimentos e galgam níveis na hierarquia da Ordem. Aprendiz e companheiro são os graus elementares. Com o desenvolvimento individual, pode-se chegar a mestre e até inspetor-geral da Ordem, grau 33. Mas em casos de deslizes de comportamento, os maçons podem ser até expulsos da organização. “Aquilo que no cidadão comum talvez seja considerada uma qualidade rara, para o maçom não passa do cumprimento elementar de um dever. Portanto, os desvios éticos e morais são julgados por seus próprios irmãos, através de uma câmara de justiça e pode resultar até em expulsão”, frisa o grão-mestre.

O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, teria pedido desligamento da maçonaria, após denúncias de corrupção em seu governo. A decisão, de acordo com reportagem publicada no jornal “O Estado de S.Paulo”, seria a de se antecipar à decisão de seus “irmãos”, evitando mais constrangimento.

Saiba mais
La Symbolique Maçonnique, de Jules Boucher;
Les francs-maçons, de Serge Hutin;
A Maçonaria Brasileira no Século XIX, de Eliane Lúcia Colussi;
Curso de Maçonaria Simbólica, de Theobaldo Varolli Filho.
Na internet

Um comentário:

  1. BRINCANDO COM COISA SÉRIA

    A ARCA DE NOÉ E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

    Há muito anos atrás (período do Regime Militar), circulou um artigo que tinha como título “A Arca de Noé”.
    Nele era contada uma pequena estória. Nela o planeta passava por uma fase muito complicada e, para resolvê-la, um tal Noé resolveu construir uma grande arca de modo a colocar um casal de cada ser vivo e, quando o dilúvio chegasse, este grupo sobreviveria para repovoar o planeta.
    A estória evolui com a intervenção de um grupo de “iniciados” que aceitaram a idéia, mas consideraram que este era um empreendimento de grande porte e, desta forma, não poderia ser simplesmente conduzido por tal Noé. Seria necessário estruturar um empreendimento que pudesse conduzir a complexidade da construção da arca. Mudaram, de imediato, o nome do projeto que passou a se chamar “Arca das Mudanças Climáticas”.
    Os “iniciados” começaram a estruturação do empreendimento: eleição de presidente, diretorias, assessorias, núcleos de pesquisa, contratação de especialistas, secretárias, motoristas, sede própria e sedes descentralizadas em diferentes locais do planeta, enfim, o imprescindível para que um grande empreendimento pudesse ser desenvolvido sem risco.
    As tarefas foram divididas em vários Grupos de Trabalho, com reuniões realizadas não nas regiões do planeta onde eram inevitáveis os primeiros efeitos do dilúvio, mas sim em lugares aprazíveis onde os grupos pudessem trabalhar em condições adequadas a importância do projeto.
    Inevitável, estes grupos acabaram se dividindo entre “prós e contras” e cada um deles, sem se preocupar com o dilúvio a caminho, resolveram ignorar a variável tempo, consumindo o tempo disponível em apresentar estudos e pesquisas que reforçassem as suas posições. Isso demandou uma grande quantidade de recursos, que foram logo disponibilizados pelos países mais ricos do planeta.
    Surgiram especialistas, políticos especialistas, agentes de financiamento especialistas, centros de pesquisa especializados, típicos do entorno de operação de um grande empreendimento.
    Sendo muito especializadas, de imediato a sociedade foi relegada a um segundo plano, dado que, na visão do projeto, apenas um casal de humanos, decidido que seria escolhido entre a alta direção do “Arca das Mudanças Climáticas”. Na verdade, logo no início, as informações foram passadas a sociedade, mas em linguagem complicada que levou a um progressivo afastamento do tema, deixando aos “iniciados” a discussão e decisão sobre o assunto.
    E o tempo foi passando. Países que tinham “madeira” para a construção da arca tentaram impor condições ao andamento do projeto, mas foram logo afastados pelos países que “detinham a tecnologia do corte da madeira”, de modo a, progressivamente, ir reduzindo o tamanho do grupo dos “iniciados”. Foram observadas denúncias (“Arcagate”), mas, para os “não iniciados”, acabou ficando a dúvida de quem realmente tinha à razão.
    Concluindo, passado alguns anos veio o aviso que o dilúvio seria no dia seguinte.
    No empreendimento “Arca das Mudanças Climáticas” um desespero total; perdidos entre muitas alternativas não tinham tido tempo para concluir a arca. Ou seja, era inevitável que o dilúvio seria plenamente fatal para todos do planeta.
    Mas, do alto da torre de trinta andares construída para fazer funcionar o mega projeto, no dia seguinte, quando a água quase cobria o edifício, foi possível ver uma arca de madeira, com os “não iniciados” liderados por um tal Noé, passando ao largo.
    Você já pensou em que grupo está?
    Ainda há tempo para escolher o grupo certo.

    Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.
    Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
    roosevelt@ebrnet.com.br

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