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21 novembro 2010

ARTIGO


Budismo e Maçonaria
Ir.: Milo Bazaga

Todas as grandes religiões do mundo se originaram na Ásia e três delas – Judaismo, Cristianismo E Islamismo – em uma área relativamente pequena na Ásia Ocidental. Igualmente notável é a concentração de grandes lideres espirituais em diferentes partes do mundo no século VI, antes de Cristo, ou em um período próximo. Foi à época de Confuncio e talvez de Lao-Tse, na China; de Zoroastro, na Pérsia; de Siddharta Gautama, o Buda, na Índia; do maior dos profetas Hebreus, chamado o Segundo Isaias (40-55), e de Pitágoras, na Grécia. É possível que o aparecimento de civilizações que se diziam universais dessem origem a religiões universais, ou então as novas religiões eram uma reação às tensões nas sociedades existentes e à necessidade de uma saída espiritual e uma fé que transcendesse um politeísmo supersticioso.

De qualquer forma, o movimento em direção a uma única realidade espiritual coincidiu com a procura dos pensadores Gregos de um único principio que explicasse o mundo material. O Hinduísmo é a mais antiga das religiões mundiais, embora, segundo definição mais precisa, não se trata de uma religião do mundo, mas sim uma religião do povo da Índia. Ainda em relação aos indianos, o Budismo surgiu como uma reação dentro do Hinduismo e é uma das grandes religiões missionárias. Ironicamente, hoje não existem Budista na Índia.

Temos aprendido e ensinado que Maçonaria através dos tempos, soube usufruir o que de melhor e sublime havia nas diferentes civilizações, nas várias escolas filosóficas e na cabeça dos maiores pensadores e cientistas dos quatro cantos da terra. Nossa arquitetura, lendas, código moral. Qual aço indelével foi forjado em priscas eras da humanidade. Persas, Hebreus, Egípcios, Gregos, Sumerianos e mais recentemente Ingleses e Franceses deixaram símbolos, e, conseqüentemente a imortalidade em uma Loja Maçônica.

O objetivo deste artigo é traçar um paralelo entre um indiano ilustre Siddharta Gautama e a Maçonaria, já que até hoje pouco pesquisou e pouco se conhece dessas incríveis coincidências, entre um e outro. Siddharta Gautama, o Buda e Jesus, o Cristo, são personagens de vários pensamentos coincidentes e historicamente semelhantes em vários pontos: ambos não deixaram nada escrito, ambos começaram a pregar ao redor dos 30 anos de idade, e ambos somente chegaram até nós através dos escritos de seus discípulos mais íntimos, e após dezenas de anos de suas mortes!

Siddharta nasceu no ano 567 a.C., em Kapilavastu, no sopé do Himalaia, (hoje, Nepal e fronteira com a China), filho rico do rei Suddhodana e da rainha Maya. Os monges Brâmanes profetizaram para ele uma vida asceta, pobre, miserável e de Salvador do Mundo. Sabedor dessas profecias, seu pai o manteve sempre confinado no interior dos palácios, a fim de poupá-lo de ver como era realmente o seu país, cheio de miseráveis, escravos e doentes.
Siddharta teve os olhos vendados por seu pai até a idade de 30 anos quando, já casado e com um filho, os Deuses acharam que ele deveria sair e empreender a missão para a qual se preparara durante tantos nascimentos reencarnações anteriores. Semelhante ao profano que se inicia, ele faz algumas viagens para além dos muros palacianos: na primeira vê um velho enrugado, se apoiando numa bengala, e ao indagar de que se tratava, seu protetor explicou ser a velhice, a vida que se esvai inexorável com o tempo; na segunda, deparasse com um doente, gemente, simbolizando a dor; na terceira viagem encontra um cadáver já em decomposição, simbolizando a morte; na última viagem encontra um monge, maltrapilho, mendigo.

No entanto percebe naquele homem um olhar de serenidade, apesar de todas as adversidades por que passava, e é nesta Serenidade do mendigo que Siddharta percebe que existe uma saída que conduz a libertação de todo o sofrimento humano. A partir daí, organiza a sua peregrinação pelo mundo deixando família, riquezas materiais e prazeres mundanos, embrenha-se na floresta, já sem as roupas principescas e sem cavalo.

No inicio, seguindo os passos de monges Brâmanes, foi asceta fanático, faquir, esmoler, e chegou a comer apenas um grão de feijão por dia, mas percebendo a inutilidade desta seita e o seu fanatismo improdutivo, volta-se à meditação profunda. Aos 35 anos, após dias de meditação sob a figueira (árvore da sabedoria), recebe o dom da iluminação, e deste momento em diante passará a ser chamado Buda (O desperto, O iluminado).

Na Maçonaria a influência hindu se refere à necessidade de meditação do companheiro em diante e nos Chakras, ligados a algumas cerimônias solenes e alguns sinais de reconhecimento em Loja. Ainda uma curiosidade sobre Buda se refere à árvore da sabedoria, ou o Bodhi (em hindu): debaixo desta árvore, também como Jesus nas oliveiras, Buda foi tentado pelo Demônio Mara, com visões de prazer sensual. Segundo o Budismo o homem que vencer suas fraquezas, que arrancar de si todos os desejos ilusórios da vida, esse homem não mais se reencarnará.

Embora não desafiasse a rígida estrutura de castas da sociedade indiana, ele insistia em completa igualdade dentro de seu grupo de monges. Aos 80 anos, cumprida a sua missão na terra, Buda preparou-se para o fim de sua vida e para entrar no estado que era o objetivo supremo de todos os seus adeptos - o Nirvana era a libertação completa de todos os desejos e significava que o crente nunca teria que nascer de novo no mundo.
O Budismo passou além das fronteiras da Índia, chegando ao sudoeste da Ásia, Tibet, Mongólia, China, à Coréia e ao Japão para se tornar uma das grandes religiões do mundo e a fé mais popular no Oriente. Na sua terra de origem, porém, morreu quase por completo, sendo absorvido, gradativamente pelo Hinduísmo... Mas aí já é outra história.

Bibliografia: O Evangelho de Buda, Buda, aquele que despertou, O Pensamento vivo de Buda

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