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26 agosto 2013

O Aprendiz

Ir:. Denilson Forato
Como qualquer criança recém-nascida, o Aprendiz é tomado por uma "intensa curiosidade" por tudo que está a sua volta, o significado dos símbolos, a linguagem, a postura. Queremos beber a taça em um único gole, toda de uma só vez... E nossos Mestres, com a paciência e misericórdia de atenciosos pais, procuram amorosamente nos ensinar a postura correta de nosso corpo para facilitar os primeiros trabalhos de desbastamento da pedra bruta, sem que nos desestimulemos frente ao cansaço que vez por outra começam a abater nosso corpo e nosso espírito.
Assim como não existe uma criança que não deseje atingir prontamente a vida adulta, não há Aprendiz que não deseje tornar-se rapidamente um Mestre. Embora tanto uma como o outro não compreenda que se tornar um adulto assim como um Mestre, é, na verdade, assumir grandes responsabilidades. Ser um Aprendiz, um Aprendiz ativo e inteligente que desprenda todos os esforços para progredir iluminadamente no caminho da Verdade e da Virtude, realizando e pondo em prática a Doutrina Iniciática, é sem dúvida muito melhor que ostentar o mais elevado grau maçônico, permanecendo na ignorância dos princípios e fins sublimes de nossa Ordem.
Não devemos ter demasiada pressa na ascensão a graus superiores. Compreender efetivamente o significado dos símbolos e cerimônias que constituem a fórmula iniciática deste grau, procurando a sua prática todos os dias da vida, é muito melhor que sair prematuramente dele, ou desprezá-lo sem tê-lo compreendido. Pois muitos não sabem, mesmo sendo Mestres de Graus Filosóficos, oque significam de verdade as alegorias de um Templo, não sabem montar a Loja, não sabem de verdade a Ritualística do Grau e do rito ao qual pertencem, não sabem nada de símbologia, historia, postura, ética... Só sabem que estão no Grau X ou Y.
A condição e o estado de Aprendiz referem-se, de forma precisa, à nossa capacidade de apreender; somos Aprendizes enquanto nos tornamos receptivos, abrindo-nos interiormente e colocando todo o esforço necessário para aproveitarmos construtivamente todas as experiências da vida e os ensinamentos que de algum modo recebemos. Em toda Loja se aprende algo, se você não vai na Loja, nada aprende. Estas qualidades caracterizam o Aprendiz Maçom e o distinguem do profano. No profano, prevalecem a inércia e a passividade, e, se existe um desejo de progresso, uma aspiração superior, encontram-se como que sepultados ou sufocados pela materialidade da vida, que converte os homens em escravos completos de seus vícios, de suas necessidades e de suas paixões.
A autoridade dos Mestres é simplesmente "Guia", Luz e Apoio para o Aprendiz, enquanto este não aprende a caminhar por si mesmo. Mas seu progresso será sempre proporcional aos seus próprios esforços. Mestre é exemplo! O esforço individual é condição necessária para este progresso. O Aprendiz não deve contentar-se em receber passivamente as ideias, conceitos e teorias vindas do exterior, e simplesmente assimilá-las, mas trabalhar com estes materiais, e assim aprender a pensar por si mesmo, pois o que caracteriza a nossa Instituição é a mais perfeita compreensão e realização harmônica de dois princípios de Liberdade e Autoridade, que se encontram em tão franca oposição no mundo profano. 
Cada um deve aprender a progredir por meio de sua própria experiência e por seus próprios esforços, ainda que aproveitando segundo seu discernimento e experiência daqueles que procederam nesse mesmo caminho. Pela ordem natural das coisas, não é possível se polir uma pedra bruta, sem antes desbastá-la. Por isso os instrumentos dos Aprendizes são a régua de 24 polegadas para apreciarmos as 24 horas do dia com critério, na meditação, no trabalho e no descanso físico e espiritual; o maço, que mostra a necessidade de colocar em prática as criações do cérebro e coração; e o cinzel, estimulando a perseverança das nossas atitudes para chegarmos à perfeição.
Mas, antes de tudo, aprendamos o que é a Ordem em sua essência, quais foram suas verdadeiras origens; o significado da Iniciação Simbólica pela qual fomos recebidos; a Filosofia Iniciática da qual provêm os elementos, o estudo dos primeiros Princípios e dos símbolos que os representam. Receberemos, assim, o salário merecido como resultado de nossos esforços e nos tornaremos obreiros aptos e perfeitamente capacitados para o trabalho que de nós será exigido.

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