A formação Educacional do Maçom
Ir.: Marcos Cabral
O Grande Oriente Independente de Pernambuco – GOIPE esteve presente à Assembléia Geral Extarordinária da Confederação Maçônica do Brasil – COMAB, realizada nos dias 26 e 27 de novembro de 2010, na cidade de Macapá, capital do Estado do Amapá.
Tive o enorme prazer de testemunhar, como membro da comitiva do GOIPE, o desempenho magistral do nosso Soberano Grão Mestre – Irmão Antonio do Carmo Ferreira. Destaco a apresentação do 5º item da pauta da AGE : “Atuar pela melhoria do Ensino Básico e Fundamental, Empreendedora com base na Cidadania”, como elemento central do tema que ora trago a lume.
Com a costumeira sapiência, nosso Grão Mestre, de forma abrangente, demonstrou a necessidade da urgente implantação de um plano educacional para a nação brasileira, na busca de sua efetiva transformação social e sustentação do seu crescimento econômico no terceiro milênio.
Por deliberação da AGE da COMAB, foi encaminhado ao GOIPE a formulação de um plano de aperfeiçoamento da cultura e da educação do maçom desde a sua iniciação. O Grão Mestre do GOIPE, Ir.: Antonio do Carmo, defendeu a tese da utilização de novas ferramentas no aprendizado, dissecando a idéia piloto e o novo conceito da formação do maçom. A ESAEM, por indicação do Grão Mestrado, recebeu a incumbência de desenvolver a planta do novo modelo e o desafio de ultimar, em breve lapso temporal, a proposta de uma nova FORMAÇÃO EDUCACIONAL DO MAÇOM.
Aventuro-me a expor meu ponto e vista. O cidadão que bate na porta de um templo da Maçonaria em busca da luz, a educação que leva à sabedoria, aguarda que a ordem maçônica possua um método de ensino que venha a transformá-lo em homem melhor do que já é. Isso é evidente, basta uma simples leitura na proposta de admissão de um neófito na nossa Ordem.
Tempos depois, não encontra esse tesouro, desilude-se e adormece. Para ele, a almejada luz foi apenas um lampejo. Longe de constituir falha do método maçônico de educação de construtores sociais, a rotatividade é devida principalmente a nesse cidadão a luz não penetrar, isso porque ele mesmo não o permite.
A transmissão de conhecimentos não pode, no mundo moderno, se ater a simples leitura de textos, na maioria das vezes praticada de modo pouco didático e até ininteligível. O mestre que apenas dá instruções de forma mecânica não instrui. Se comporta à semelhança do modelo do mundo, onde os governos propiciam instrução de baixo contéudo programático, qualitativamente. Auxiliar alguém a mudar o rumo de sua jornada, na presença do livre-arbítrio, é educação. Romper a “couraça de aço” que envolve o intelecto do educando exige uma expressão de arte, algo quase místico.
Se o educando não se abre ao que lhe é transmitido, de nada vale o mais habilidoso educador. Em todos os casos o educando só muda se o mestre mudar antes, transmitir de forma clara e expositiva o objeto do tema. Ressalte-se que educação maçônica, a luz, a sabedoria, não têm nada a ver com decorar rituais, conhecer ritualística, ser uma enciclopédia ambulante; é uma arte que adquire contornos quase mágicos, principalmente quando os resultados aparecem e produzem bons frutos ao induzir os outros a mudarem para melhor como edificadores sociais.
Enquanto a ciência pode ter tratamento intelectual com a transmissão de instruções, a arte de educar da Maçonaria vai muito além, e alcança intuição cósmica, limitada apenas nas fronteiras que cada um impõe a si próprio. Enquanto o talento analisa e é consciente, o gênio intui e vai muito além da consciência, pode até alcançar o místico.
Abordagens técnicas não comprometem o livre arbítrio do educando, mas a alma da educação pode ser alcançada pela “metafísica” da arte de ensinar os caminhos para a luz. É uma mistura equilibrada de conhecimento, emoção e espiritualidade; elementos dependentes entre si. A educação que quebra as barreiras do livre-arbítrio apresentará sempre contornos lúdicos na sua indução. Para isso exigem-se do educador maçônico autoconhecimento e autorrealização.
É necessário propiciar aos educandos a possibilidade de debater em grupo, em família, os temas com que a Maçonaria os provoca e eles mesmos definirem, cada um a sua maneira, suas próprias verdades.
É a razão de o mestre conceder emoção, conduzindo as provocações apenas na direção certa do tema e que cada um define suas próprias veredas. Em todos os casos nos quais o educando sente-se livre para pensar e intuir, ele derruba as inexpugnáveis barreiras do livre-arbítrio que o impedem, em outras circunstâncias mais rígidas e ritualísticas, de obter as suas próprias verdades pelos eternos ciclos de tese, antítese e síntese, como impõe a atual regra de transmissão pedagógica.
Vivenciamos um novo tempo, o tempo do conhecimento, da era cognitiva. Sendo a Maçonaria uma instituição educativa, que aperfeiçoa a moral, o intelecto, a sociabilidade E sua interação na sociedade, é imperioso que o Maçom tenha condições de representar os conceitos da Ordem, possua a arte dialética de demonstrar o que somos, o que representamos, de apontar no plano externo nossa finalidade como construtores sociais. A Formação do Maçom torna-se essencial.
DEÃO da Escola Superior de Altos Estudos Maçônicos, vinculada ao Gabinete do Grão-Mestre do GOIPE
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