Além de forte, corajoso e conquistador, Zorro também era maçom. Essa foi a conclusão de Fabio Troncarelli, historiador da cultura italiana, que publicou um livro sobre o mito do personagem na literatura e no cinema.
A relação entre Zorro e a maçonaria é um dado totalmente inédito. Segundo Troncarelli, Johnston McCulley, o inventor de Zorro, se afiliou à confraria de maçons e, para criar seu personagem, se inspirou nas novelas de outro companheiro maçom, Vicente Riva Palacio.
Se descobre assim — de acordo com o historiador italiano — que a letra ‘‘Z’’ é apenas um símbolo que, inscrito no pentagrama, representa, para os maçons, força moral e honradez. ‘‘Apesar das aparências, Zorro não é simplesmente um homem de ação, mas também um herói que recorre à força para afirmar a cultura e a sabedoria’’, afirma Troncarelli.
O personagem de Zorro (que em espanhol significa ‘‘raposa’’) nasceu no dia 9 de agosto de 1919 das mãos de Johnston McCulley, na história intitulada ‘‘A Maldição de Capistrano’’, publicada na revista popular Johnston McCulley. Esta publicação era editada por Frank Munsey, um arquimilionário que havia se consagrado ao popularizar a literatura. Adversário ferrenho do capitalismo, ele acreditava que a cultura tinha que ser acessível à população.
Um ano depois o personagem foi levado ao cinema em um filme chamado A Marca de Zorro, estrelado por Douglas Fairbanks, que fez um sucesso sem precedentes: a polícia teve que intervir para dispensar a multidão que se aglomerava em frente ao Capital Theater, cinema de Nova York.
O roteiro do filme era fiel à novela, narrando as aventuras de Don Diego de la Vega, um jovem rico da Alta Califórnia, que, ao voltar à sua pátria, combatia a corrupção e o massacre aos índios ocultando sua identidade com uma máscara.
Segundo o historiador italiano, o sucesso do personagem não se deve apenas às suas proezas, mas também porque ocupou o vazio deixado por Pancho Villa, personagem muito amado pelos espectadores norte-americanos, morto abruptamente. O Zorro evocava, assim, o mito da revolução mexicana, que ocorreu entre 1914 e 1916, e foi um verdadeiro acontecimento para a mídia.
O herói no cinema
Atores que já encarnaram o personagem:
Douglas Fairbanks (década de 1920)
Tyrone Power (década de 1950)
Guy Williams (década de 1950, no seriado da Disney)
Alain Delon (década de 1970)
Antonio Banderas (década de 1990)
Matéria publicada no Jornal Correio Braziliense
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