O padre Miguel de Almeida e Castro nasceu na cidade do Natal, no dia 17 de setembro de 1768, sendo seus pais o capitão Manoel Pinto de Castro, português, e D. Francisca Antonio Teixeira. Foi batizado em 3 de dezembro de 1768, na Matriz da Apresentação.
Aos 16 anos foi morar em Recife. Em 1784, entrou para Ordem Carmelita da Reforma, quando seu tronou frei Miguel de São Bonifácio, "Lembrança da avó materna que era Bonifácia", explicou Câmara Cascudo. Por essa razão, ficou conhecido como frei Miguelinho.
Acontece, entretanto, que indo para a Europa, em 1800, requereu do Papa Pio VII, a sua secularização. Ao voltar ao Brasil, já era padre, o que confundiu muita gente, fazendo com que o sacerdote potiguar continuasse sendo chamado de frei Miguelinho. Mas o certo é chamá-lo de padre Miguelinho, por ter conseguido sua secularização.
No ano de 1817 foi nomeado Mestre da Retórica do Seminário de Olinda. Em Recife, morou com sua irmã Clara de Castro. Idealista, participou da Revolução Pernambucana de 1817, sendo preso no dia 21 de maio de 1817. Na noite anterior, juntamente com Clara de Castro, ficou queimando os papéis que incriminavam todos aqueles que tinham participado do movimento.
Disse para sua irmã: "Mana, nada de choro. Está órfã. Tenho enchido os meus dias, logo me vêem buscar para a morte. Entrego-me à vontade de Deus e nele te dou um pai que não morre. Mas aproveitemos a noite e imita-me: ajuda-me a salvar a vida de milhares de desgraçados".
Preso, foi levado à Fortaleza das Cinco Pontas. Padre Miguelinho, juntamente com setenta e dois revolucionários, seguiu no brigue "Conosco" para Salvador.
Desembarcou na capital da Bahia no dia 10 de junho. Durante o seu julgamento, perante uma comissão, o conde dos Arcos tentou ajudá-lo, perguntando se ele tinha inimigo, ao que o padre respondeu: "não senhor, não são contrafeitas. As minhas firmas nesses papéis são todas autênticas. Por sinal, em uma delas falta o 'O' de Castro, ficou pela metade por acabar porque faltou papel".
Foi condenado por crime de lesa-majestade e fuzilado no dia 12 de junho de 1817.
Segundo Adauto da Câmara, "os restos mortais do Padre Miguelinho foram inumados no antigo cemitério do Campo da Pólvora, reservados aos escravos, aos pobres e aos que padecessem da morte violenta".
Em 1912, quando foi criado um grupo escolar no Alecrim, por iniciativa de Cândido Medeiros (que, segundo Nestor de Lima, era o "desdobramento de sua "escola dos pobres" de São Vicente de Paula") e por indicação de Nestor de Lima, o governador Alberto Maranhão deu à nova escola o nome do sacerdote norte-rio-grandense, Frei Miguelinho. Depois, bem mais tarde, quando o grupo se transformou em escola de primeiro e de segundo graus , passou a se chamar Instituto Padre Miguelinho, corrigindo o erro inicial.
Fonte: História do Rio Grande do Norte, Fascículo 6, Tribuna do Norte
http://tribunadonorte.com.br/especial/histrn/hist_rn_6c.htm
03 setembro 2009
Padre Miguelinho, um Potiguar idealista
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