O Irmão Ozair Filho fez dois discursos: um na posse solene, realizada no Templo do GORN, e outro, à noite, na solenidade de transmissão de cargo, quando o agora Grão Mestre de Honra, Antônio Gomes da Silva, entregou-lhe o Primeiro Malhete da Obediência. Em tom sereno, o novo Soberano do GORN delineou como será a sua forma de atuação, destacando que governará em harmonia com os outros poderes constituídos e buscará a unidade entre todos. Simbolicamente, o Irmão Ozair estendeu a mão a cada um dos Irmãos jurisdicionados "para que juntos, possamos construir a Maçonaria de nossos sonhos, a Maçonaria da Justiça, da Fraternidade e da Liberdade". Leia na íntegra, abaixo, os discursos proferidos no último sábado pelo novo Soberano do GORN, Irmão José Ozair Pinto Filho:
|
Soberano faz discurso de posse no Templo Armando de Lima Fagundes |
Meus Irmãos,
Neste comparecimento à Soberana Assembleia Legislativa Maçônica do Grande Oriente do Rio Grande do Norte para prestar o compromisso do cargo de Grão-Mestre, rendemos ao Poder Legislativo, segundo o preceito legal regulador da matéria, juntamente com o Sereníssimo Grão-Mestre Adjunto, Irmão José Airton Marcelino Mendonça, nossas homenagens, especialmente ao Eminente Presidente, Irmão Núbio Fonseca de Melo, que nos tomou o solene compromisso, estatuído em nossa Constituição. Também as estendemos ao Ilustríssimo Irmão Presidente do Egrégio Tribunal Eleitoral Maçônico do GORN, George Macedo Heronildes e Silva, por sua retidão e probidade na condução do processo eleitoral, coroando o seu trabalho com a nossa diplomação.
Creio, Eminente Presidente, Irmão Núbio Fonseca, e veneráveis irmãos Deputados que a dignidade do governo maçônico implica sólido respeito aos Poderes da Obediência, indispensáveis à harmonia e ao bom êxito da administração.
O Poder Executivo trabalhará irmanado com o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, no interesse comum da Obediência, cimentando a harmonia e preservando, acima de tudo, os preceitos maçônicos, honrando nossos compromissos e deveres, fiéis todos nós aos juramentos de nossas iniciações e de nossos cargos, cumprindo e fazendo cumprir nossas leis e regulamentos.
Nesta oportunidade, meus irmãos, não podemos deixar de conclamá-los à concórdia, à união, à paz e à harmonia, qualidades que devem distinguir os maçons. Devemos, todos nós, concorrer, com nossos exemplos, para a grandeza e harmonia dos três Poderes, tão necessárias à nossa convivência e ao nosso trabalho, visando o fortalecimento do Grande Oriente do Rio Grande do Norte.
Enquanto mantivermos nossa unidade, nossa fraternidade, nossa vigilância, ninguém, nada, nos poderá prejudicar, nem mudar nosso destino.
Façamos nossa união pela colaboração de todos, acima de considerações e sentimentos pessoais, porque um interesse maior, o da coletividade maçônica, exige e merece tal esforço e desprendimento. Nada deve quebrar os vínculos da nossa fraternidade, lealdade e fidelidade, sentimentos tão caros e gratos aos corações maçônicos.
Para nossas propostas, tanto desejamos o apoio consciente e sincero, quanto precisamos da crítica que nasça de uma avaliação objetiva e racional das nossas iniciativas, balizadas pelos sublimes princípios que nos identificam e irmanam, para que possamos fazer do GORN uma Obediência sempre melhor, cada vez mais respeitada, maçonicamente mais justa e feliz.
Ao assumirmos o Primeiro Malhete do nosso Grande Oriente do Rio Grande do Norte, estamos dividindo com todos, não só os louros da vitória, mas, também, a responsabilidade de fazer com que o Grande Oriente do Rio Grande do Norte seja mais atuante, assim como também temos a convicção de que deveremos ser os Grão-Mestres de todos os Irmãos e Lojas e, não apenas daqueles que nos confiaram o voto.
Doravante teremos a responsabilidade de representar o povo maçônico do Grande Oriente do Rio Grande do Norte e certamente buscaremos o máximo de entrosamento com os Poderes constituídos, firmando efetivas parcerias que visem o bem-estar da comunidade. Também não poderemos nos calar diante de quaisquer ameaças aos valores que procuramos preservar, e certamente a nossa atuação será criteriosa e firme na defesa desses ideais.
Que o Grande Arquiteto do Universo seja nosso guia e mentor, nosso rochedo, nossa fortaleza e nossa proteção.
Muito obrigado!
|
Discurso proferido na solenidade de transmissão do cargo, no Átrios |
Meus Irmãos,
Sentimo-nos sumamente honrados em ascender ao Grão-Mestrado do Grande Oriente do Rio Grande do Norte, após submetidos ao julgamento das urnas.
Ao assumirmos o mais alto cargo do Grande Oriente do Rio Grande do Norte, por vontade expressiva dos irmãos, temos a consciência do peso da responsabilidade que ora nos é depositada.
Com vossos votos, convocastes nossos serviços como Grão-Mestres. Assim, neste momento, recebemos essa incumbência, que, acrescente-se, de imediato, não é só nossa, mas de todos nós, sócios solidários nessa árdua e honrosa tarefa.
Reafirmamos, aqui e agora, nosso propósito, meu e do Sereníssimo Grão-Mestre Adjunto, Irmão José Airton Marcelino Mendonça, que comigo compartilhará a responsabilidade de dirigir os destinos do povo maçônico da nossa jurisdição, de não só dar continuidade às conquistas alcançadas, como também, acrescentar-lhes nossas contribuições com o nosso programa administrativo. Contaremos com o espírito de equipe que deverá reinar entre nós, fundamentalmente, de todos os nossos colaboradores, a quem manifestamos o mais profundo respeito e a mais absoluta confiança e lealdade.
A Maçonaria tem sido, através dos tempos, a defensora das liberdades públicas. Quando povos submergiram no obscurantismo mais lamentável, sem consciência dos direitos de cidadania, vivendo escravizados por uma tirania inescrupulosa, foram os maçons iluminados, que, esquecendo as canseiras e enfrentando as dificuldades, empunharam a bandeira da redenção, pregando em todos os recantos o ideal da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
Temos imensas responsabilidades perante a história, porque a Maçonaria foi partícipe em todos os grandes acontecimentos que transformaram os movimentos de libertação em vitórias democráticas.
A Maçonaria é uma instituição progressista e que tem por fundamento básico, dentre vários outros, a busca do aperfeiçoamento de seus membros, para que, burilados, possam servir à coletividade onde estiverem inseridos.
A busca incessante da valorização dos indivíduos, pela absoluta observância das normas de conduta moral e ética no trato das várias situações que a vida se lhes oferece, além do enaltecimento do patriotismo e dos fundamentos que no curso da história construíram tais virtudes, garantiram à nossa Sublime Ordem o reconhecimento das sociedades e das nações.
O objetivo da Maçonaria é constante, imorredouro, sempre direcionado ao progresso do homem e da humanidade e a sua elevação moral, social e espiritual.
Atentando aos altos propósitos que aqui nos reúnem, na harmonia de tão nobres intenções, imbuídos das mesmas aspirações e crenças, lembra-nos de que todos professamos os mesmos ideais e devemos respeitar os mesmos princípios.
Vale ressaltar, especialmente nesse instante, que entre os princípios que regem a convivência maçônica, sobressai o da alternância no governo da Instituição, que se opera sem interrupção da regularidade administrativa e, mesmo diante de novos mecanismos de gestão, com mudanças de métodos e, algumas vezes, até com alterações de processos gerenciais, permanece sempre fiel aos seus propósitos elementares, sem quebra de unidade e da continuidade maçônica entre uma administração que se encerra e aquela que se inicia.
Administraremos o Grande Oriente do Rio Grande do Norte com os olhos voltados para o futuro, criando um GORN pleno de paz, harmonia, concórdia e união.
Se nos foi reservada essa missão, é porque assim o permitiu o Grande Arquiteto do Universo.
Nosso único dever e maior tarefa é ver o Grande Oriente do Rio Grande do Norte cada vez mais forte e unido, em verdadeira paz e harmonia. Para tanto, não mediremos esforços.
Não só exerceremos o poder para fortalecer nossa Obediência, como Instituição, mas também, o exerceremos para fortificar nossas Lojas, como vigas mestras do edifício maçônico.
Importa aqui registrar a eterna gratidão ao ex Grão-Mestre e estimado Irmão Antônio de Brito Dantas, ícone desta Obediência Maçônica, avalista maior na condução do processo que viabilizou que esse procedimento que ora se instala se realizasse e que alcançasse o objetivo que nos levou à conduzir os destinos do GORN. Grato também somos pelo muito que aprendi com sua convivência.
Impõe-se atestar seu zelo e abnegação na administração do Grande Oriente do Rio Grande do Norte, por dois mandatos, aos quais se entregou inteiramente e sem descanso, tudo fazendo pelo crescimento e harmonia desta Obediência. Sua administração ficou marcada, para sempre, na história do GORN, como exemplo de firmeza e trabalho intenso. Foi paciente, mas forte e rigoroso no cumprimento do dever, quando as circunstâncias o exigiram.
Igualmente grato somos ao Soberano Grande Comendador do REAA para o Estado do Rio Grande do Norte, Graus 4 a 33 e ex Grão-Mestre desta Obediência, nosso querido Irmão José de Anchieta Fernandes, pelo apoio incondicional depositado, perante essa árdua tarefa de presidir os destinos desta Obediência, que ora se inicia.
Ao Irmão Antônio Gomes, que ora se despede do Grão-Mestrado e com quem trabalhamos nesta gestão, desejo as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo hoje e sempre.
Por fim, simbolicamente estendo a mão a cada um dos irmãos jurisdicionados, para que juntos, possamos construir a Maçonaria de nossos sonhos, a Maçonaria da Justiça, da Fraternidade e da Liberdade.
Assim nos proteja o Grande Arquiteto do Universo, concedendo-nos serenidade para aceitar o que não se pode mudar, coragem para mudar o que se pode mudar e sabedoria para perceber a diferença.
Obrigado!