A origem do ritual, como a da própria Maçonaria, não foi ainda descoberta. Para além do fato de sabermos da existência de uma Palavra Maçônica, não temos qualquer indicação no sentido de existir um ritual nas lojas operativas escocesas.
A prova mais antiga provem de duas fontes distintas: um conjunto de mais de 100 versões de um documento agora conhecido como Old Charges e o livro História Natural de Staffordshire do Dr. Robert Plot. Apesar das versões de Old Charges difirirem no detalhe, obedecem, porém, a um padrão: é, seguramente, uma história lendária do Ofício maçónico, seguida de um conjunto de regras ou normas (as Charges) pelas quais eles se deveriam reger quer no Ofício, quer na sua vida pessoal.
Era assumido, sobre a Bíblia, o dever de preservar os mistérios do Ofício. A Palavra e os sinais eram transmitidos. As regras eram lidas, indicando ao novo Maçom quais os seus deveres perante Deus, o seu Mestre e os seus Companheiros e era lida a história lendária. O Dr. Plot acrescenta a isto dois detalhes que são a utilização de aventais e a entrega ao novo maçom de dois pares de luvas brancas: um para si próprio e outro para a sua esposa.
É só em 1690 que se obtém uma prova concreta do conteúdo ritualístico através do manuscrito da Casa de Registo de Edimburgo: um conjunto de perguntas e respostas descrevendo uma cerimónia simples e os sinais. De 1690 a 1729 sobreviveram até nós uma série de manuscritos impressos com perguntas e respostas, uns mais, outros menos completos.
Estes demonstram um sistema simples de dois Graus (Aprendiz e Companheiro), a tomada de um juramento sobre a Bíblia, a transmissão de palavras e sinais e também um simbolismo muito simples, baseado nas ferramentas de Pedreiro. A referência mais antiga a um terceiro Grau, até agora, vem de 1725, embora só em 1730 haja conhecimento do seu conteúdo: é nesse ano publicada por Samuel Prichard a obra A Maçonaria Dissecada.
Nela, é mostrado um sistema de três Graus (Aprendiz, Companheiro e Mestre), cada um com o seu sinal e palavra, mas existindo uma obrigação apenas no primeiro Grau. De 1770 em diante, assiste-se a um alargamento do número de perguntas e respostas, nas quais é explicada a cerimônia e o propósito de cada Grau. Isto incluía ferramentas simbólicas adicionais que ilustravam a virtuosidade esperada dos Maçons (ou Pedreiros Livres - Loumac) e explicações simbólicas do mobiliário da Loja, assim como dos ornamentos usados pelos membros.
Com a fusão das duas grandes lojas britânicas, em 1813, resultou a Grande Loja Inglesa. Esta criou a Loja da Reconciliação, com o objetivo de elaborar um ritual uniforme a ser utilizado por todas as lojas. Este processo levou dois anos de deliberações até que em 1816 a Grande Loja reconheceu as recomendações da Loja da Reconciliação, ordenando a sua adoção por todas as lojas. Face à recusa da Grande Loja em consentir a impressão do novo ritual, este foi sendo passado oralmente, pelo que o objetivo de uniformização nunca foi verdadeiramente atingido, como é de conhecimento geral.
O Rito Escocês é um dos dois ramos da Maçonaria nos quais um maçom pode progredir após chegar Mestre (o outro será o Rito de York), desde o 4º até ao 33º Grau. Os ensinamentos morais e a filosofia do Rito Escocês são baseados nos princípios encontrados na Loja Azul ou na Maçonaria simbólica. A utilização da palavra «Escocês» levou (e leva) muitos maçons pelo mundo fora a pensar que este rito teve origem na Escócia, o que não é verdade.
Os historiadores procuram ainda a resposta para este fato. Na verdade, é na França que se encontram as primeiras referências a este termo, através da palavra «Ecossais». Quando, no final do séc. XVII, as ilhas britânicas foram atingidas por um surto de tifo, muitos escoceses fugiram para França, onde cultivaram os seus interesses maçónicos. Pensa-se estar aí a origem do termo Escocês. Os primeiros registos deste termo remontam a meados do séc. XVIII, indicando o início do Rito em Bordéus. Daí terá sido levado para colónias francesas na Índias Ocidentais e posteriormente para os Estados Unidos.
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